Fundada em 1858, a Sociedade Filarmónica Paionense é das mais veneradas colectividades do concelho. Surgiu com Leonel Seabra, médico no Paião. Rapidamente se transformou num importante factor cultural e recreativo, com actividade não só no Paião como nos arredores. Algumas notícias atribuem-lhe uma certa maestria, o que levou à conquista de apreciadores nas terras que visitava, alguns dos quais a queriam logo contratar. Foi o que aconteceu em Leiria, em 1922, quando a música do Paião ali passou, a caminho da Batalha. A fim de que banda actuasse num local condigno, construiu-se um coreto, inaugurado em 1925. A edificação da sede, localmente designada por Casa da Música, teve início em 1948. Estava-se no rescaldo da grande guerra, com as finanças paionenses debilitadas. Mesmo assim, foi possível inaugurar o edifício passados quatro anos. A Casa da Música transformou-se então no grande centro cultural e recreativo da vila: música, bailes, teatro, cinema, televisão, folclore, desporto, ilusionismo e magia, convívios e reuniões de amigos, mais tarde as sessões políticas. Depois de 1974, a banda adquiriu grande incremento com criação da Escola de Música e recrutamento de jovens executantes de ambos os sexos.
A mais recente alteração dos estatutos remonta a 1989. Nesse ano, e pela primeira vez, consagrou-se o direito de voto aos sócios. Até então, apenas os músicos podiam exercer esse direito. Foi o “25 de Abril” da associação. Uma pequena–grande revolução, que consagraria nela, finalmente, aquele que se tornou direito inalienável para qualquer sócio de qualquer colectividade do país. Já com quase 155 anos de actividade, em 2012, a Sociedade Filarmónica Paionense é declarada pela Presidência do Conselho de Ministros como instituição de utilidade pública, reafirmando assim a vontade da continuar com a divulgação de música e outras actividades culturais. Ainda hoje a banda se mantém afinada e com os seus valores.
O novo maestro José Teixeira, em atividade desde 2024, é um verdadeiro exemplo de paixão, dedicação e talento. A sua capacidade de transmitir emoção através da música é incomparável, e visão artística que trouxe para a nossa casa tem inspirado músicos e amantes da música. Com a sua liderança, a Banda Filarmónica continua a evoluir e a encantar audiências, solidificando o legado de Sociedade Filarmónica Paionense.